Os preparativos para o 31º Festival de Curitiba já começaram. A direção de um dos mais importantes festivais de artes cênicas da América Latina anuncia que a nova edição ocorrerá de 28 de março a 9 de abril de 2023, com atrações que ocuparão teatros, espaços culturais e gastronômicos, e áreas públicas de diferentes bairros de Curitiba e da Região Metropolitana.
Entre as principais novidades para o próximo ano está a apresentação da nova curadoria da Mostra Lucia Camargo, que aponta as principais tendências, estreias e espetáculos de destaque no cenário do teatro nacional. Para a nova fase, foram convidados para a equipe, o professor, dramaturgo e crítico teatral Patrick Pessoa, Pós-doutor em Estética e Filosofia da Arte, pela USP e pela PUC-Rio, doutor em Filosofia pela UFRJ/Universität Potsdam (Alemanha). Como dramaturgo, já colaborou com diversos diretores entre eles Aderbal Freire-Filho e Marcio Abreu. Como crítico teatral, colaborou com o jornal O Globo e com a Revista Questão de Crítica, além de ter sido jurado dos Prêmios APTR e Questão de Crítica e de ser atualmente (desde 2018) jurado do Prêmio Shell-RJ. Publicou seis livros e diversos ensaios de crítica literária, cinematográfica e teatral em revistas especializadas; a atriz, diretora e tradutora Giovana Soar, Mestre em Teatro pela Universidade Paris III – Sorbonne Nouvelle – e que de 2001 a 2005 desenvolveu parceria artística com o grupo francês Théâtre de la Tentative, foi programadora do Teatro Alfa de São Paulo e integra o quadro da Maison Antoine Vitez, na França. Desde 2004 é integrante da companhia brasileira de teatro; e a produtora, gestora cultural, curadora e pesquisadora de políticas culturais, Daniele Sampaio, que é Doutoranda em Artes Cênicas pela USP, Mestre em Artes da Cena e Bacharel em Ciências Sociais pela Unicamp, além de autora de vários livros na área. É fundadora da SIM! Cultura. Atua, desde 2006, em colaboração permanente com o ator Eduardo Okamoto. Realizou projetos em várias cidades brasileiras e também no exterior: Suíça, Espanha, Escócia, Marrocos, Kosovo e Polônia.
“Com alegria recebemos os novos nomes que irão compor o projeto curatorial do Festival pelos próximos dois anos, substituindo Guilherme Weber e Márcio Abreu, que fizeram um trabalho brilhante e que, com certeza, ficará marcado na história da Mostra Lucia Camargo e de todo o teatro nacional”, comenta Leandro Knopfholz, diretor do Festival de Curitiba. Para a também diretora do evento, Fabíula Passini, os diferentes perfis profissionais da nova curadoria continuarão trazendo pluralidade para a programação. “São três grandes nomes da pesquisa, do estudo e da gestão cultural no Brasil. Três perfis com olhares distintos, tanto no setor acadêmico, como na produção e, até mesmo, na atuação. Acreditamos que a junção dos três novos curadores trará uma grande profusão artística para a Mostra Lucia Camargo ”, completa.
Cadastros abertos para o Fringe
O Festival de Curitiba é um dos mais importantes eventos de artes cênicas do mundo. Parte deste reconhecimento se deve ao Fringe – mostra aberta sem o crivo da curadoria do evento, em que companhias de teatro, circo, música, dança, bem como outras vertentes artísticas, de várias partes do Brasil e de outros países, participam do evento por meio de cadastro voluntário. Após três anos revogados, por conta do controle sanitário da pandemia da Covid-19, a mostra volta para a programação do 31º Festival de Curitiba de forma reestruturada.
Os cadastros para projetos já estão abertos e podem ser realizados até o dia 18 de dezembro, por meio da plataforma online CACO, uma ferramenta que conecta profissionais do setor cultural, com espaços para divulgação de trabalhos, observações das tendências da arte e de novas oportunidades, pelo endereço www.caco.show/fringe. Além de uma nova identidade visual, mais moderna e renovada, o Fringe também passa por uma manutenção e atualização, abrindo espaço para cadastros de projetos em três tipos de formatos. O primeiro é em dimensão de “Mostra” – evento que concentra atividades artísticas com a mesma temática ou conceito proposto por grupos, coletivos e instituições, com duração de quatro (4) até seis (6) dias, que contenha no mínimo cinco (5) atividades distintas em pelo menos dez (10) sessões. O segundo é na configuração de “Rua” – para espetáculos que serão programados em logradouros públicos de Curitiba e de cidades da Região Metropolitana, com produção da organização do evento, em formatação em comum acordo entre artistas e o Fringe. E, por último, no modelo “Independente” – em que espaços culturais de Curitiba e região, recebem eventos artísticos ou montam sua própria programação durante o período do Festival de Curitiba. Nesta configuração, os espaços realizam os procedimentos de negociação com as próprias companhias. O Fringe também contará com uma novidade para os participantes da 31ª edição do Festival de Curitiba, uma “Rodada de Conexões das Artes Cênicas”, que será divulgada em breve.
“O Fringe tem uma história de 25 anos, como um grande celeiro e encontro das artes cênicas do Brasil e da América Latina. Durante essas duas décadas e meia, o cenário mudou, o teatro evoluiu e a forma de comunicarmos também avançou várias vezes. É por isso que a cada período o Fringe se reestrutura e, para essa volta tão significativa, buscamos aperfeiçoar o formato de espaços de apresentações. Será um belo encontro, onde o público poderá observar as principais tendências das artes cênicas nacionais e internacionais, novos talentos, estreias, nomes de destaque do teatro, espetáculos renomados, debates, de forma democrática e livre, como a cultura e a arte devem ser”, comenta a coordenadora de produção do Fringe, Priscila de Morais.
Além da Mostra Lucia Camargo e do Fringe, o Festival de Curitiba é composto por vários outros projetos e eventos culturais e artísticos, que promovem uma grande pluralidade, como o Risorama – sob os cuidados do humorista anfitrião Diogo Portugal reúne os melhores performers de stand-up comedy do país; o MishMash – com o foco em programação familiar oferece atrações variadas como circo, mágica, malabarismo e comédia para divertir todas as idades; o Guritiba – voltado ao público infantil e juvenil com espetáculos teatrais e musicais, além de promover ações sociais itinerantes; o Gastronomix – evento musical e artístico aliado com o setor gastronômico, carinhosamente chamado de “quermesse de alta gastronomia”, em que oferece um diverso cardápio criado por grandes chefs brasileiros, a preços acessíveis, em um clima descontraído; a Mostra Festival na Rua – que transforma os espaços públicos durante o período em uma nova rotina da capital paranaense, levando arte para vários pontos da cidade de forma totalmente gratuita e ao alcance de todos; o Interlocuções – com programação inteira gratuita, promovendo debates, oficinas, encontros, lançamento de livros, exibição de filmes e outras experiências para aprofundar a troca de ideias entre artistas e público; bem como outras iniciativas artísticas paralelas, que farão parte da 31ª edição do Festival de Curitiba.
Acompanhe as novidades pelo site www.festivaldecuritiba.com.br .
foto- O Cravo e a Rosa, em 2019 (Créd. Humberto Araujo)