Estreia nacional “Coração de Neon”, o cinema de guerrilha gravado no Boqueirão

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Sonho, violência, drama, romance, crime, amizade, ação, revolta, vingança… O recém-lançado longa-metragem “Coração de Neon”, dirigido e estrelado pelo paranaense Lucas Estevan Soares, tem tantas camadas e desperta tantas sensações que fazem o espectador nem perceber a hora e meia passada em frente à tela. Gravado em Curitiba, o filme é produzido e distribuído pela International House of Cinema (que, apesar do nome, é curitibana) e está em cartaz nas redes UCI, CineSystem, Cinépolis e Cinemark, chegando também às telonas dos cinemas de Argentina e Uruguai.

A história gira em torno de um carro de mensagens, o Coração de Neon, operado a quatro mãos por pai e filho, Lau e Fernando, que sonham em levar o velho Corcel – batizado de Boquelove – para os Estados Unidos. Em uma das mensagens, porém, a situação não se desenrola como o esperado, desencadeando uma série de acontecimentos trágicos e surpreendentes. Mas, para não dar spoiler, o que se pode dizer do roteiro – também produzido por Soares – é que a trama é consistente, conseguindo prender a atenção da plateia do começo ao fim.

Para começar, a identificação com o Boqueirão, bairro de classe média baixa e um dos maiores e mais populosos de Curitiba, é instantânea. Qual brasileiro nunca ajudou a empurrar um carro quebrado, recebeu um pedido de ajuda no portão de casa ou comprou algodão-doce de um vendedor de rua? As cenas são da rotina do Boqueirão, mas poderiam ser de qualquer bairro populoso de qualquer capital brasileira – a diferença é que em Coração de Neon, o vendedor aparece vestido de capivara, o que contribui – e muito – para o espírito lúdico do longa-metragem.

Com um orçamento baixo e equipe 99% curitibana – com exceção da pós-produção –, teve um investimento de R$ 1,5 milhão por parte da própria IHC, produtora liderada por Soares e sua sócia, Rhaissa Gonçalves, principal produtora do filme, e sem usar leis de incentivo.

O resultado é uma obra muito bem-feita, que inclusive já começa a receber reconhecimento estrangeiro. Em 2022 “Coração de Neon” recebeu prêmios no Festival de Moscou, no Festival Internacional de Houston e no FestCine Pedra Azul. Já no Festival de Cannes, onde foi exibido em uma mostra paralela não competitiva, o filme recebeu dos produtores Cláudio Khanz e Adriana Rouanet o título do primeiro longa do “Novo Cinema Popular Brasileiro”, por transitar com maestria na lacuna entre os filmes cult e os chamados blockbusters.

Mais do que um  filme produzido fora do Eixo Rio-São Paulo, o longa-metragem curitibano pode tornar-se referência para cineastas que labutam em um país com tão poucos recursos dedicados à cultura. Soares, Rhaissa e a IHC mostram que é possível, sim, se fazer cinema de qualidade com pouco dinheiro – quando se fala em arte, talento e dedicação são as variáveis mais importantes, e “Coração de Neon” é um filme feito com o coração. O resultado é um longa bonito, envolvente, divertido, que provoca reflexão – e que tem tudo para se tornar sucesso nas bilheterias do país.

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