Começa a rodar o primeiro ônibus intermunicipal elétrico

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Parece que nem ligado está. Essa é a sensação ao andar num ônibus elétrico: muito silencioso, definitivamente não se ouve o barulho do motor. 

Realidade em vários países, mas ainda muito incipiente no Brasil, o primeiro ônibus elétrico intermunicipal do país teve seu primeiro trajeto com passageiros realizado na segunda-feira (23), em Curitiba, no Paraná. O percurso ocorreu do Jardim Botânico até a Cidade Industrial de Curitiba (CIC), como ato simbólico do lançamento do projeto, que foi oficializado entre jornalistas durante uma coletiva de imprensa realizada na segunda mesmo, no período da tarde. A novidade foi idealizada e executada pela Expresso Princesa dos Campos (EPC), Embarca (plataforma que conecta clientes, operadores e motoristas), Marcopolo e BYD.

Os testes operativos durarão 60 dias e o trajeto oficial será entre as cidades de Ponta Grossa e Curitiba, que fica a 117 quilômetros de distância.

O ônibus elétrico possui autonomia de 250 quilômetros e capacidade para 44 passageiros sentados. De acordo com os estudos feitos pela BYD, a introdução do equipamento no setor pode representar até 70% de economia no custo operacional, diminuindo aproximadamente 118,7 toneladas de emissão de dióxido de carbono no meio ambiente, equivalente ao plantio de 847 árvores, ou até mesmo a 72 mil quilômetros percorridos por ano pelos ônibus tradicionais. O número também corresponde a uma viagem por dia de Ponta Grossa a Curitiba.

No projeto do ônibus elétrico intermunicipal, a estrutura é constituída por materiais de alta resistência, como a torção e a flexão. Os freios a disco regenerativos, com sistema ABS, proporcionam maior segurança e autonomia ao veículo. A energia cinética dá ao equipamento a capacidade de reverter a energia nos momentos de frenagem, permitindo a realimentação dos sistemas de baterias. O modelo BYD D9F dispões de uma recarga total que se dá em um período de até quatro horas.

“A Princesa dos Campos foi convidada para ajudar a colocar a ideia do ônibus elétrico intermunicipal em prática. Nós acreditamos que seria possível. Nós tivemos a coragem de ser a primeira viação de ônibus a investir nesse modelo de negócio e a nos disponibilizarmos a testar.  Nosso desafio agora é viabilizar que esses testes possam ser executados com segurança para que o melhor serviço seja ofertado aos nossos passageiros”, comenta o presidente e CEO da Princesa dos Campos, Gilson Barreto. Os executivos da EPC, Alexandre Gulin, Vice-Presidente Comercial de Passagens; e Marcelo Sobhie, Diretor de Cargas e Encomendas também participaram da solenidade de lançamento do projeto.

É a eletricidade armazenada em baterias de lítio ferro fosfato, utilizada para o funcionamento dos motores elétricos, que se encontram nas duas rodas traseiras. Para a operação, haverá dois pontos de recarga; um em Ponta Grossa e outro em Curitiba. “Desde a fundação da BYD em 1995 na China, o fundador Wang Chuanfu tinha um projeto para atuar em soluções integradas, como a geração de energia através de fontes renováveis, armazenamento seguro e sustentável de energia e a eletrificação dos transportes e consumo eficiente”, afirma o Gerente de Vendas da BYD e Head no segmento de ônibus, Israel de Campos.

De acordo com Israel, a BYD já trabalha com vários produtos direcionados a eletromobilidade, como armazenamento de energia, chassi para ônibus, caminhões, automóveis, empilhadeiras, rebocadores de cargas, furgões, módulos de baterias e Charging Service. Vale lembrar que a empresa foi pioneira na introdução de caminhões elétricos no Brasil. “Apostamos nessa ideia do ônibus elétrico intermunicipal e buscamos os parceiros certos para investirmos juntos”, acrescenta Israel.

Outra empresa parceira na execução do projeto de ônibus elétrico intermunicipal é a Embarca. Conforme o CEO e fundador da Arca Mobility as a Service, Felipe Gulin, o lançamento do ônibus elétrico com trajeto entre Curitiba e Ponta Grossa é um marco para a startup. “Um dos valores da Embarca é gerar negócios com mais sustentabilidade e viabilizar iniciativas inovadores. Por isso decidimos ser parceiros no projeto, até porque uma das nossas intenções é trazer soluções para as operações. Com a ideia de poluir menos estaremos colaborando também com o meio ambiente”, ressalta Felipe.

De acordo com o Head da Marco Zero, braço de investimentos e novos negócios da Marcopolo, Alexandre Cruz, “o movimento feito em parceria com a Princesa dos Campos, a Embarca e a BYD requer um certo nível de visionarismo, já que é algo novo e pouco incentivado no setor de transporte rodoviário no país. Estamos sendo disruptivos com a tradicionalidade e por isso que buscamos parceiros que têm os mesmos valores que os nossos, de sustentabilidade e aprendizado”, salienta Alexandre.

O ônibus está em fase de testes – sendo viável financeiramente e seguro, a ideia é ter mais carros na frota. O investimento inicial é recuperado entre 3 e 5 anos, mas, como qualquer nova tecnologia, a médio prazo tende a baixar o custo, e, obviamente, melhorar a entrega. Aliás, o CEO da Princesa dos Campos, Gilson Barreto, desafiou o Gerente de Vendas da BYD Israel de Campos: por que não entregar baterias com uma autonomia maior de quilometragem? Ou ainda: possibilidade de troca de bateria nos pontos de parada?

É assim que o mercado evolui: com empresários que desafiam, e, ao mesmo tempo, encorajam a mudar o mercado. 

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