Um mês para falar do câncer de pulmão. Além do Agosto Branco, no próximo dia 29, é o Dia Nacional de Combate ao Fumo. E o alerta é importante devido ao alarmante número de mais de 32 mil casos de câncer de pulmão por ano, previstos entre 2023 e 2025 segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). No Brasil, este é o quarto tipo de câncer mais frequente (exceto pele não melanoma), sendo a Região Sul do país a de maior incidência tanto em homens quanto em mulheres.
O tabagismo é a principal causa de morte evitável, sendo responsável por mais de 7 milhões de mortes em todo mundo. Segundo a Dra. Thais A. de Almeida, oncologista clínica do IOP – Instituto de Oncologia do Paraná, as principais causas de morte relacionadas ao cigarro são as doenças cardiovasculares ateroscleróticas, doença pulmonar obstrutiva crônica e câncer. “Considerando que hoje há cerca de 1 bilhão de adultos tabagistas em todo mundo, o número de indivíduos expostos à fumaça do cigarro (tabagistas passivos) é ainda maior e eleva também o risco de câncer e agravamento de doenças pulmonares inclusive em crianças. Qualquer exposição à fumaça de cigarro é nociva”, explica.
O tabagismo, mesmo que passivo, é responsável por 85% dos casos de câncer de pulmão (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva, 2021b). Dentre os tumores malignos associados ao fumo estão o câncer de pulmão, colorretal, esôfago, colo de útero, fígado, rim, laringe, faringe, bexiga, cavidade nasal e oral, pâncreas, pênis, estômago, pleura (mesotelioma) e leucemia mieloide. “Nos indivíduos que seguem fumando, mesmo já com diagnóstico de câncer, há um maior risco de complicações associadas ao tratamento como dificuldade de cicatrização de feridas, infecções, menores chances de sucesso em cirurgias de grande porte e até novos tumores malignos”, alerta a especialista.
Controlar o vício é de extrema importância, isso porque, ao cessar o tabagismo, em qualquer idade, mesmo após já ter desenvolvido alguma doença relacionada ao cigarro, o indivíduo reduz o risco de morte e melhora a qualidade de vida dele e também daqueles em convívio considerados tabagistas passivos.
É possível também, naqueles que param em definitivo com o cigarro, reduzir gradualmente e em até 50% o risco de câncer quando comparado àqueles que seguem fumando. Por isso é importante o acompanhamento de forma integral por equipe de pneumologistas, psicólogos e, por vezes, psiquiatras para realizar a retirada do hábito de forma programada, pelo frequente risco de recaída ou desistência ou sintomas de abstinência.
Diagnóstico precoce – O diagnóstico precoce do câncer de pulmão é um desafio, uma vez que os sintomas em geral ocorrem numa fase mais avançada da doença. Recomenda-se que adultos entre 50 a 80 anos que fumaram ou ainda fumam consultem um pneumologista ou oncologista. Caso o indivíduo tenha uma carga tabágica de pelo menos 20 maços-ano, o mesmo tem indicação de realizar tomografia de tórax anual até ter completado 15 anos sem tabagismo (US Preventive Services Task Force 2021). Vale lembrar que a indicação do rastreamento bem como a análise dos exames deve ser feita por um médico especialista que possa orientar de forma correta a conduta diante dos achados dos exames. O diagnóstico precoce reduz a morbidade e também a mortalidade relacionada ao câncer de pulmão.
Indivíduos que diagnosticam precocemente o câncer de pulmão têm chances de cura e, em geral, o tratamento consiste de cirurgia ou, em algumas ocasiões, radioterapia. “Novos avanços com quimioterapia associada à imunoterapia (medicamentos que regulam o sistema imunológico para combater as células do câncer) têm auxiliado na redução de tumores antes da cirurgia diminuindo também as chances de recidiva. Naqueles que diagnosticam em fases mais avançadas (com metástases) ainda assim é possível, em alguns casos, manter a doença sob controle e obter significativos ganhos de tempo de vida e qualidade e vida”, orienta a Dra. Thais. “Atualmente muitas terapias-alvo (drogas especificas para mutações encontradas no tumor) podem proporcionar tratamentos com poucos efeitos colaterais e respostas duradouras. Também as imunoterapias entram nesse cenário por vezes sem a necessidade de quimioterapia. Para isso faz-se necessário a análise molecular do tumor”, complementa.
Cigarros eletrônicos – Embora considerados inofensivos, os cigarros eletrônicos têm sido utilizados de forma recreacional por jovens e indivíduos que desejam cessar o tabagismo. Alguns contêm nicotina, substâncias químicas líquidas e metais que também são potencialmente cancerígenos. Em 2019 o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) reportou mais de 2 mil casos suspeitos de doença pulmonar grave associados à inalação dos aerossóis provenientes destes dispositivos.
Outro alerta vai para os fumantes de narguilé, já que 1 hora de fumo equivale a 100 cigarros tragados, podendo ocasionar câncer de pulmão, boca, bexiga e todas as outras doenças relacionadas.
O combate ao fumo torna-se um problema de saúde pública e cada um tem por direito e dever contribuir para auxiliar aqueles com dificuldades em se libertar do hábito de fumar como forma de também promover a saúde familiar. “Embora o câncer seja o mais temido dos problemas relacionados ao cigarro, outras doenças tão e mais graves também devem ser lembradas. O diagnóstico precoce do câncer de pulmão depende da conscientização do indivíduo quanto ao risco e também de uma equipe de profissionais capacitada que o oriente. É possível curar o câncer de pulmão e em situações de doença avançada é possível também viver com qualidade”, alerta a médica do IOP.
Fontes:
Lancet. 2021;397(10929):2337. Epub 2021 Maio 27
US Department of Health and Human Services 2020
Sobre o IOP – Instituto de Oncologia do Paraná:
Com quatro sedes estrategicamente localizadas em Curitiba (PR), o IOP (Instituto de Oncologia do Paraná) comemora seus 28 anos de fundação. Hoje a empresa faz parte de uma holding, o Grupo Med4U. Além do IOP, estão no guarda-chuva o Mantis Diagnósticos Avançados, o Valencis Centro de Paliativismo, o Centro de Pesquisas Clínicas IOP e o Oncoville, centro de radioterapia.
Destaques para a parceria com o Hospital Marcelino Champagnat, desde dezembro de 2021, assim como a parceria com o Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Vale ressaltar que o IOP é a única clínica do sul do Brasil a fazer parte da Rede Einstein de Oncologia e Hematologia, para discussão de casos, troca de conhecimentos e encaminhamento de casos raros e mais complexos quando necessário.
Com 87 médicos no corpo clínico e 184 colaboradores, o IOP oferece os mais avançados tratamentos no câncer, conjugando Medicina de qualidade, tecnologia e humanização. Conta ainda com uma equipe multidisciplinar, incluindo Nutrição, Psicologia, Enfermagem e Farmácia para o enfrentamento positivo da doença. Os tratamentos de ponta ainda são beneficiados com diferenciais como cromoterapia, aromaterapia e musicoterapia.
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