Com a chegada dos dias mais frios, os consultórios de reumatologia costumam registrar aumento nas queixas de dor e rigidez articular. As baixas temperaturas do outono e do inverno podem agravar os sintomas de diversas doenças reumáticas, afetando especialmente idosos, pessoas com artrite reumatoide, osteoartrite e fibromialgia. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, cerca de 15 milhões de brasileiros convivem com algum tipo de reumatismo, termo que engloba mais de 100 doenças que comprometem articulações, músculos, ossos e tecidos conjuntivos.
De acordo com a Sociedade Paranaense de Reumatologia, o frio por si só não é causa das doenças reumáticas, mas atua como um gatilho para crises de dor, rigidez matinal prolongada, limitação de movimentos e até sintomas depressivos em quem já enfrenta esses diagnósticos.
“As baixas temperaturas provocam a contração muscular, reduzem a circulação sanguínea periférica e aumentam a sensibilidade à dor. Isso pode piorar consideravelmente a qualidade de vida dos pacientes reumáticos, sobretudo quando há também queda na prática de atividades físicas”, explica a reumatologista Dra. Carolina Muller, presidente da Sociedade Paranaense de Reumatologia.
Além disso, quadros como o fenômeno de Raynaud – em que há espasmos nos vasos sanguíneos das extremidades, como dedos das mãos e dos pés – podem ter, em algumas situações, agravamentos significativos no frio, tornando-se um fator de risco para lesões por má circulação.
Cuidados importantes no outono e inverno
Para quem convive com doenças reumáticas, a mudança de estação exige atenção redobrada. A Sociedade Paranaense de Reumatologia orienta alguns cuidados simples que fazem diferença:
Manter o corpo aquecido, com roupas adequadas, luvas e meias, especialmente nas extremidades;
Evitar banhos muito quentes, que podem ressecar a pele e agravar sintomas como dor e rigidez;
Fazer atividade física regular, mesmo em ambientes fechados, para manter a mobilidade e evitar o enrijecimento muscular;
Garantir exposição ao sol sempre que possível, para estimular a produção de vitamina D, importante para a saúde óssea;
Manter o acompanhamento médico e o uso correto das medicações, sem interromper o tratamento por conta própria;
Evitar o sedentarismo e o isolamento, pois fatores emocionais também impactam o quadro clínico;
Importância do diagnóstico precoce
Muitas pessoas atribuem as dores articulares ao envelhecimento ou ao “clima ruim”, e acabam negligenciando os sintomas. A Sociedade Paranaense de Reumatologia alerta que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem evitar a progressão das doenças reumáticas e garantir melhor qualidade de vida. Em caso de dores persistentes, rigidez que dura mais de uma hora pela manhã, inchaço ou limitação de movimento, é essencial procurar um médico reumatologista.
foto- Dra. Carolina Muller