A maioria das causas de baixo rendimento escolar na educação infantil e fundamental é causada pela falta de visão. Muitas crianças têm diferença de grau de um olho para o outro e acabam desenvolvendo somente a visão de um dos olhos na vida adulta. Isto se chama ambliopia e afeta cerca de 4,6% das crianças. Há também os desvios oculares, grandes ou pequenos, também chamados estrabismos, que causam perda visual e podem afetar a visão de uma criança por toda a vida. Os desvios oculares acontecem em algumas crianças e muitas vezes não são percebidos pelos pais.
Esses fatores podem ter se agravado em 2020, “o ano da tela”, com o aumento da exposição das crianças aos eletrônicos devido a pandemia do Covid-19. Além do conteúdo online disponibilizados pelas escolas, as crianças e adolescentes estão cada vez mais conectados em seus smartphones seja por recreação ou passatempo.
Segundo o IBGE, mais de 35 milhões de brasileiros sofrem com algum tipo de alteração de visão e números apontam que 50% da população mundial terá de usar óculos até 2050 possivelmente por excesso de tecnologia e estilo de vida.
Atenta a essa realidade e a importância de uma visão saudável para o aprendizado e desenvolvimento de seus alunos, algumas das principais escolas de Curitiba buscaram a organização Num Piscar de Olhos que em parceria com o Hospital de Olhos do Paraná se tornou uma aliada na identificação de problemas na visão das crianças.
O projeto “Num piscar de Olhos” é pioneiro em Curitiba. E tem como objetivo promover a importância da prevenção e dos cuidados com a saúde dos olhos. Em formato de blitz, o projeto proporcionará comodidade, assertividade e tecnologia aos pais e à escola, garantindo acompanhamento da saúde ocular das crianças anualmente. A ideia é oferecer um diagnostico mais completo dentro das possibilidades da triagem visual utilizando dois equipamentos. O Spot Vision Screener, importado dos Estados Unidos, onde já é utilizado nas escolas americanas, é um aparelho que realiza o teste em apenas alguns segundos e sem o trauma de colocar as crianças em aparelhos que causam medo. Com ele é possível avaliar a miopia (dificuldade para longe), hipermetropia (dificuldade para perto), astigmatismo (imagens borradas) e anisometropia (diferença no grau entre os olhos).
Já o Adam Robo Júnior, é um aparelho de origem curitibana, que mede a acuidade visual de cada olho em crianças acima de três anos de idade e é importante para detectar alterações na visão.
Em poucos minutos, os resultados aparecem na tela e podem ser salvos automaticamente, o laudo é encaminhado aos pais em até 48 horas. Em caso de alteração deverão ser compartilhados com pediatras e oftalmologistas de confiança da família.
“Podemos examinar crianças a partir dos seis meses de idade e termos a aferição do grau de óculos de cada um dos olhos e da presença ou não de estrabismo, utilizando equipamentos de alta tecnologia e com eficiência comprovada” Porque uma criança em geral não tem parâmetro para saber se tem ou não problema de visão, explica o diretor clínico do Hospital de Olhos do Paraná, Dr. Carlos Augusto Moreira Junior. Segundo ele, é possível também medir a acuidade visual de crianças a partir de três anos e saber se ela precisa ou não de uma avaliação médica.
“Iniciamos esse projeto ano passado, estamos tendo uma adesão ótima das escolas em Curitiba. As instituições têm entendido que é uma forma de estarem cada vez mais ligadas com os pais, pois é uma maneira de cuidar da saúde do bem maior que eles possuem, que são os filhos. Estamos preparados para iniciar a triagem visual assim que as aulas presenciais retornarem, afirma a diretora comercial do projeto”, Barbara Kristina Silva.