A Galeria Zilda Fraletti inaugura no dia 03 de junho a exposição Cinéticos, que apresenta uma série de obras assinadas pelos artistas plásticos Alfredo Volpi, Abraham Palatnik, Luiz Sacilotto e Jesús Rafael Soto.
Segundo a galerista Zilda Fraletti, a arte cinética é uma forma de arte contemporânea, proveniente da abstração, que aborda justaposições, contrastes, princípios de simetria e espelhamento. “De forma geral, o cinetismo rompe com a condição estática da pintura, apresentando a obra como um objeto móvel”, explica.
A exposição reunirá obras inconfundíveis de Volpi, pintor ítalo-brasileiro, e de Palatnik, misto de artista e inventor que promoveu a fusão entre luz, cores e movimentos e marcou seu nome na história da arte mundial.
De acordo com Carlos Cavet, sócio da Galeria Zilda Fraletti, assim como Volpi, que mescla seu vocabulário geométrico com efeitos cinéticos e óticos, as obras de Soto, ícone da arte cinética, tratam sobre temporalidade e intensidade de forma visionária e incomum. “Este é um ano especial para os apreciadores do trabalho do artista venezuelano. 2023 marca a comemoração de seu centenário de nascimento, oportunidade em que temos de admirar obras que trazem a repetição de elementos formais aliada ao conceito de vibração”, explica.
A galerista salienta que a exposição promete agitar a cidade com esse recorte que integra arte e tecnologia. “Foi uma honra trabalhar na curadoria desta agenda que reúne expoentes dessa modalidade de arte que ganhou o mundo desde seu surgimento, na década de 1950”, acrescenta, Zilda.
Sobre os artistas
Alfredo Volpi
Alfredo Volpi (1896-1988) é um dos artistas mais consagrados do país, com obras em diferentes museus e galerias. Temas ligados à cultura popular, como figuras e festas religiosas ou fatos cotidianos eram comuns em suas primeiras produções. Na década de 1930, Volpi uniu-se ao Grupo Santa Helena, importante referência do meio artístico paulistano. Entre as décadas de 1940 e 1950, direcionou seu trabalho para a simplicidade formal que marca seu estilo, abandonando a perspectiva acadêmica e a representação rígida do espaço tridimensional. São dessa época suas fachadas, das quais em seguida derivam suas bandeiras e mastros. A ampla paleta de cores que o artista obtém trabalhando artesanalmente com a tinta têmpera também é uma característica inconfundível de seu estilo.
Abraham Palatnik
Abraham Palatnik (1928-2020) foi um artista plástico brasileiro, pioneiro em arte cinética no Brasil, com obras que contêm instalações elétricas que criam movimentos e jogos de luzes. De família judia de origem russa, estudou pintura, desenho, história e filosofia da arte na mesma época em que fazia um curso de motores a explosão na antiga Palestina, atual Israel. De volta ao Brasil, em 1948, integrou o primeiro núcleo de artistas abstratos do Rio de Janeiro. No ano seguinte, iniciou suas pesquisas no campo da luz e do movimento, responsáveis por seu reconhecimento como um dos pioneiros da arte cinética, após a menção especial do júri internacional, na I Bienal Internacional de São Paulo, em 1951.
Luiz Sacilotto
Em suas primeiras obras, durante a década de 1940, Luiz Sacilotto (1924-2003) revelou uma forte influência do Avant-Garde europeu. Seus primeiros retratos, naturezas mortas e paisagens, exibem características do impressionismo, com fortes pinceladas e jogos com luz e cores. Um dos mais significativos expoentes da geração concretista brasileira, Sacilotto dedicou-se às pesquisas com abstração e exploração dos elementos visuais puros – linha, cor e forma. Ordena racionalmente os elementos na tela por meio de justaposições, contrastes, repetição de padrões matemáticos, paralelismo, cortes diagonais e princípios de simetria como inversão e espelhamento. Como resultado, surgem efeitos de profundidade, sensações visuais de movimento e pulsação.
Jesús Rafael Soto
Considerado um dos precursores da arte cinética, Jesús Rafael Soto (1923-2005) foi um artista plástico venezuelano cujo trabalho teve como foco a relação da obra com o movimento. Curioso, experimental e habilidoso, ele produziu peças que pareciam ter vida própria e que instigavam pela mobilidade, dinâmica e vibração. Fez isso de forma sublime e perspicaz, relacionando o movimento com o tempo e, assim, trabalhou com cores, formas e sobreposições. Juntos, esses elementos em suas obras geravam efeitos ópticos em seus observadores. Logo, essas peças pareciam dançar para seus espectadores que, em muitos momentos, ficavam hipnotizados com os efeitos e a beleza de seu trabalho, o que comprova o brilhantismo do artista.
Cinéticos acontece em parceria com a Almeida & Dale Galeria de Arte. Essa é a segunda parceria entre as galerias de Curitiba e São Paulo. A primeira, em 2022, trouxe à capital paranaense obras da celebrada artista plástica Tomie Ohtake.
SERVIÇO:
Local: Galeria Zilda Fraletti | Avenida do Batel, 1750, lojas 07, 08, 10 e 12 – Batel
Horário de visitação: de segunda a sexta, das 9h30 às 18h30 e, aos sábados, das 10h às 14h.
Ingressos: Entrada franca