Após um breve hiato, a Festa Literária do Ceará (FLAC) volta a ser realizada em 2021, e terá uma autora paranaense em destaque na programação.
Com curadoria do jornalista Jáder Santana e o tema Ler para Resistir, o evento retoma a fórmula de trazer os destaques nacionais e também os autores cearenses, dessa vez com foco na política, envolvendo questões de diversidade e desigualdade.
As terças serão reservadas para o ciclo Ceará Protagonista, com entrevistas de autores locais. Já às quintas, acontecerão as mesas literárias, trazendo sempre dois autores e um mediador.
Para as mesas, foram convidados escritores que lançaram obras no período da pandemia, entre 2020 e 2021. Entre eles está a curitibana Giovana Madalosso, autora de Suíte Tóquio, que participa da mesa Com o Suor do Trabalho, sob a mediação do paulistano Nelson Lourenço, no primeiro dia de evento (4/11).
O festival ainda conta com o programa A Voz do Texto, leituras dramáticas de trechos dos livros contemplados, e inserções musicais. Duas oficinas serão dirigidas a professores da rede municipal de ensino.
“A escolha do tema da FLAC em sua retomada foi algo natural, uma vez o país vive um ambiente marcado pela política, com discussões em todas as rodas de conversa, em meio a uma crise que é também econômica e sanitária. A ideia é que o evento trace um panorama dessa crise e seus simbolismos, tendo como ponto de partida a literatura. Tentamos focar na diversidade para tentar entender esse contexto complexo em que o Brasil está mergulhado”, explica Jáder Santana.
“Resistir, no fundo, é tema recorrente de projetos culturais, e nesse sentido a Festa Literária do Ceará, em sua sexta edição, é uma sobrevivente”, afirma Aurea Figueira, idealizadora do projeto, ao lado de Cristina Saboia.
Edição virtual e gratuita
Todas as mesas literárias serão ao vivo e terão tempo reservado para perguntas dos leitores, sempre às quintas feiras às 19h30. Os livros que serão discutidos estão indicados no https://www.instagram.com/flacceara/ . Da mesa A Pele que Habito, que trata de raça e abandono, até O Fabuloso Brasil, as abordagens do festival passam por temas presentes não apenas na realidade brasileira, mas também no cenário global: a pandemia, o desprezo à vida e à morte, a história de um homem analfabeto que ainda não conseguiu ler a carta de seu grande amor de 50 anos atrás, burn out, homofobia, misoginia.
No Ciclo Ceará Protagonista, escritores cearenses terão entrevistas abertas para falar sobre sua produção, sua trajetória e sobre os destinos pessoais e coletivos de suas escritas. Os encontros serão às terças-feiras, às 19h30, a partir do dia 9 de novembro.
A Voz do Texto é uma programação de leituras dramáticas feitas por atores a partir de trechos escolhidos de livros pelos seus próprios autores. As atividades da FLAC incluem ainda duas oficinas professores: Livro em Jogo, ministrada pela mestre em teatro e educadora paulistana Tejas, em que o teatro é dispositivo para a interpretação de textos dedicados à infância; e A História Que Só Você Pode Contar, ministrada pela escritora Socorro Acioli. Haverá também atividades dirigidas ao público infanto-juvenil e intervenções musicais.
“Realizar a FLAC em um período tão conturbado, e ao mesmo tempo tão especial pelas reflexões que trouxe para a humanidade, é uma referência à palavra como a grande facilitadora das relações entre os seres humanos”, relata Priscila Lima, realizadora da FLAC.
O evento será transmitido pelo Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCjcUAeiYGiB0cbocOwGnQjA