O último ano foi o primeiro, desde 2011, a registrar um aumento de lançamento em comparação com o ano anterior, contabilizando alta de 10,3% em empreendimentos (32 no total) e de 48,7% em unidades lançadas (2.244 no total).
As perspectivas para 2018 são de retomada do setor. Os dados são do Perfil Imobiliário 2017 – estudo anual realizado pela Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi/PR) e pelo Sinduscon-PR, em parceria com a BRAIN Bureau de Inteligência Corporativa, que traça o panorama dos lançamentos imobiliários em Curitiba (geral e por região), e da Região Metropolitana. “Esse crescimento foi profundamente impactado por unidades de menor valor, incluídas no programa Minha Casa Minha Vida. Assim, pode-se dizer que houve consumo de imóveis em estoque em Curitiba. De cada 100 apartamentos disponíveis na cidade, 47 são de prontos. Entretanto, os alvarás liberados registraram queda de 30%, indicando que o construtor está cauteloso quanto aos lançamentos e ainda em fase de redução do estoque ”, analisa o presidente da Ademi/PR, Jacirlei Soares Santos.
A Região Norte teve o maior número de alvarás para construção liberados em 2017 (687 unidades), seguida da Linha Verde (566 unidades) e da Região do Ecoville/Champagnat (458 unidades). Entre os bairros, o Centro é o que detém a maior oferta lançada (3.494 imóveis), seguido de Ecoville (2.848 imóveis) e do Portão (1.898 imóveis). Juntos, esses bairros são responsáveis por 36% dos imóveis colocados à venda em Curitiba. O Capão da Imbuia não tem estoque de apartamentos novos, o Atuba tem apenas uma unidade e o São Lourenço tem duas, registrando os menores índices da cidade.
O preço médio do m² privativo para os apartamentos novos em Curitiba chegou a R$ 7.090,00 em setembro de 2017 – alta de 5,7% em relação ao mesmo período do ano passado, bem acima da inflação, que ficou em 2,5%. O maior preço médio por m² privativo praticado na cidade é para os apartamentos novos de quatro quartos na região do Batel (R$ 11.409,00) e o menor é para as unidades de dois quartos na Região Linha Verde (R$ 4.290,00).
Quanto aos itens que mais impactam na escolha do imóvel para compra em Curitiba, o sócio-diretor da BRAIN Bureau de Inteligência Corporativa, Fábio Tadeu Araújo, ressalta que a segurança do empreendimento e do bairro estão no topo da lista, seguidos por localização e preço. “Isso está relacionado ao aumento da sensação de insegurança nos últimos anos por quem mora na cidade”, destaca.
Perspectivas para 2018 – Jacirlei acredita que há sinais importantes que devem promover a recuperação do mercado imobiliário em 2018, como a melhora da confiança empresarial, crescimento na economia e redução da taxa de juros, com reflexos no crédito ao consumidor e em captação de investimentos para o setor. Apesar dos bons indicadores do cenário econômico, o presidente da Ademi/PR diz que, por se tratar de um ano com eleições presidenciais, a política é que vai ditar o ritmo em 2018. “A exemplo de anos anteriores, nessa situação, a atitude mais previsível é de cautela. Cautela, não estagnação. Esse talvez seja o maior ensinamento recente para o mercado imobiliário: o setor opera em ciclos e, entre altas e baixas, existe toda uma área de transição permanente formada pelas pessoas e famílias que precisam de um lugar para morar”, conclui.