Perto de completar seu primeiro aniversário de inauguração, o Memorial Paranista, espaço de preservação e difusão de obras de arte em Curitiba, tem entre seus atrativos o maior jardim de esculturas público do Brasil, com 13 obras ampliadas em bronze de João Turin (1878-1949) em um espaço de 8 mil m2 no Parque São Lourenço, local de grande circulação de pessoas na capital paranaense.
No Jardim de Esculturas, o público pode apreciar alguns dos trabalhos mais representativos deixados pelo artista, com destaque para animais selvagens, como onças, que o artista representou com grande realismo. Profundo conhecedor da anatomia animal, Turin destacou-se como o maior escultor animalista do Brasil. A obra de maior destaque no local é “Marumbi”, que apresenta a luta de duas onças. Completam o conjunto de obras expostas a céu aberto dois baixos relevos (um deles com a lendária imagem da fundação de Curitiba) e duas representações de indígenas do povo Guairacá, sendo que um deles tem 3 metros de altura, na entrada do parque.
Construído pela Prefeitura de Curitiba e inaugurado em 14 de maio de 2021, o Memorial Paranista conta com três edificações interligadas por uma galeria com cobertura de vidro. O local reúne cerca de 100 trabalhos de João Turin, sendo que 13 estão no Jardim de Esculturas, que possui obras ampliadas. Algumas ganharam proporções heróicas, sendo a maior de todas “Marumbi”, com 3 metros de altura e aproximadamente 700 quilos.
Processo de ampliação das obras
As obras originais deixadas por João Turin, em sua maioria eram gessos que tinham em média 40 centímetros de altura. Para se chegar às obras em grandes proporções do Jardim de Esculturas, foi feito um processo de ampliação, em que se fabrica o molde da obra no tamanho desejado, para em seguida fazer a fundição, que resulta na escultura ampliada. “É muito complexo fazer isso da forma tradicional. Existem métodos antigos de se fazer ampliação manualmente usando proporções e determinados instrumentos”, comenta Samuel Lago, um dos detentores dos direitos autorais do artista.
As obras ampliadas de João Turin foram feitas com tecnologias avançadas, aliadas com técnicas tradicionais. Os moldes foram produzidos com impressoras 3D a partir de um minucioso processo de digitalização tridimensional das esculturas originárias, com um scanner específico. Samuel Lago explica que as novas tecnologias trazem um resultado mais fiel à obra originária, além de poupar tempo na produção. “Os benefícios são imensos. Porém o que fizemos foi aliar os métodos mais modernos com as técnicas milenares como a da cera perdida, muito utilizada para fundições em bronze. Unimos o melhor dos dois mundos, sempre pensando pra frente, mas sem descartar métodos clássicos que funcionam bem. O resultado é notável”. Após a feitura dos moldes, foram realizadas as fundições das obras em bronze. Todo o processo foi feito por uma experiente empresa da Califórnia, nos EUA. As obras ampliadas foram transportadas de navio até o Brasil.
Obras em outros locais públicos do Paraná e Rio de Janeiro
João Turin foi um dos primeiros artistas a levar a arte de seu estado para o Brasil e o mundo. Suas esculturas estão em locais públicos de municípios paranaenses, no Rio de Janeiro e até na França, onde o artista tem exposta uma Pietá, feita em 1917, para a Igreja de Saint Martin, em Condé-sur-Noireau, uma verdadeira relíquia, que resistiu aos bombardeios da Segunda Guerra. Um exemplar desta obra estará exposto no Memorial.
Curitiba, onde Turin passou boa parte de sua vida, possui muitas obras do autor espalhadas por parques e praças da cidade, como “Tigre Esmagando a Cobra”, localizada próxima ao portal do bairro de Santa Felicidade, “Luar do Sertão”, em frente à Prefeitura Municipal e “Tiradentes”, na praça de mesmo nome. A cidade do Rio de Janeiro também conta com esculturas de João Turin a céu aberto. Um exemplar de “Luar do Sertão” está na Praça General Osório, no bairro Ipanema, enquanto a escultura de uma onça pode ser apreciada no Jardim Botânico.
Turin também está no acervo de arte do Vaticano. A escultura “Frade Lendo” foi entregue como presente do povo brasileiro para o Papa Francisco, em 2013, na primeira visita do pontífice ao Brasil.
Sobre João Turin
Em quase 50 anos de carreira, João Turin deixou mais de 400 obras. Nascido em 1878 em Morretes, no litoral do estado do Paraná, ele veio ainda garoto para a capital Curitiba, iniciando seus estudos em artes, chegando a ser professor. Especializou-se em escultura na Bélgica. Retornou ao Brasil em 1922, trazendo comentários elogiosos da imprensa francesa. Foi premiado no salão de Belas Artes do Rio de Janeiro em 1944 e 1947. Faleceu em 1949.
No Jardim de Esculturas, o público pode apreciar alguns dos trabalhos mais representativos deixados pelo artista, com destaque para animais selvagens, como onças, que o artista representou com grande realismo. Profundo conhecedor da anatomia animal, Turin destacou-se como o maior escultor animalista do Brasil. A obra de maior destaque no local é “Marumbi”, que apresenta a luta de duas onças. Completam o conjunto de obras expostas a céu aberto dois baixos relevos (um deles com a lendária imagem da fundação de Curitiba) e duas representações de indígenas do povo Guairacá, sendo que um deles tem 3 metros de altura, na entrada do parque.
Construído pela Prefeitura de Curitiba e inaugurado em 14 de maio de 2021, o Memorial Paranista conta com três edificações interligadas por uma galeria com cobertura de vidro. O local reúne cerca de 100 trabalhos de João Turin, sendo que 13 estão no Jardim de Esculturas, que possui obras ampliadas. Algumas ganharam proporções heróicas, sendo a maior de todas “Marumbi”, com 3 metros de altura e aproximadamente 700 quilos.
Processo de ampliação das obras
As obras originais deixadas por João Turin, em sua maioria eram gessos que tinham em média 40 centímetros de altura. Para se chegar às obras em grandes proporções do Jardim de Esculturas, foi feito um processo de ampliação, em que se fabrica o molde da obra no tamanho desejado, para em seguida fazer a fundição, que resulta na escultura ampliada. “É muito complexo fazer isso da forma tradicional. Existem métodos antigos de se fazer ampliação manualmente usando proporções e determinados instrumentos”, comenta Samuel Lago, um dos detentores dos direitos autorais do artista.
As obras ampliadas de João Turin foram feitas com tecnologias avançadas, aliadas com técnicas tradicionais. Os moldes foram produzidos com impressoras 3D a partir de um minucioso processo de digitalização tridimensional das esculturas originárias, com um scanner específico. Samuel Lago explica que as novas tecnologias trazem um resultado mais fiel à obra originária, além de poupar tempo na produção. “Os benefícios são imensos. Porém o que fizemos foi aliar os métodos mais modernos com as técnicas milenares como a da cera perdida, muito utilizada para fundições em bronze. Unimos o melhor dos dois mundos, sempre pensando pra frente, mas sem descartar métodos clássicos que funcionam bem. O resultado é notável”. Após a feitura dos moldes, foram realizadas as fundições das obras em bronze. Todo o processo foi feito por uma experiente empresa da Califórnia, nos EUA. As obras ampliadas foram transportadas de navio até o Brasil.
Obras em outros locais públicos do Paraná e Rio de Janeiro
João Turin foi um dos primeiros artistas a levar a arte de seu estado para o Brasil e o mundo. Suas esculturas estão em locais públicos de municípios paranaenses, no Rio de Janeiro e até na França, onde o artista tem exposta uma Pietá, feita em 1917, para a Igreja de Saint Martin, em Condé-sur-Noireau, uma verdadeira relíquia, que resistiu aos bombardeios da Segunda Guerra. Um exemplar desta obra estará exposto no Memorial.
Curitiba, onde Turin passou boa parte de sua vida, possui muitas obras do autor espalhadas por parques e praças da cidade, como “Tigre Esmagando a Cobra”, localizada próxima ao portal do bairro de Santa Felicidade, “Luar do Sertão”, em frente à Prefeitura Municipal e “Tiradentes”, na praça de mesmo nome. A cidade do Rio de Janeiro também conta com esculturas de João Turin a céu aberto. Um exemplar de “Luar do Sertão” está na Praça General Osório, no bairro Ipanema, enquanto a escultura de uma onça pode ser apreciada no Jardim Botânico.
Turin também está no acervo de arte do Vaticano. A escultura “Frade Lendo” foi entregue como presente do povo brasileiro para o Papa Francisco, em 2013, na primeira visita do pontífice ao Brasil.
Sobre João Turin
Em quase 50 anos de carreira, João Turin deixou mais de 400 obras. Nascido em 1878 em Morretes, no litoral do estado do Paraná, ele veio ainda garoto para a capital Curitiba, iniciando seus estudos em artes, chegando a ser professor. Especializou-se em escultura na Bélgica. Retornou ao Brasil em 1922, trazendo comentários elogiosos da imprensa francesa. Foi premiado no salão de Belas Artes do Rio de Janeiro em 1944 e 1947. Faleceu em 1949.
Em junho de 2014, seu legado foi prestigiado pelas 266 mil pessoas que visitaram “João Turin – Vida, Obra, Arte”, a exposição mais visitada da história do Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, que ficou em cartaz por 8 meses. Esta exposição também teve uma versão condensada, exibida em 2015 no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, e na Pinacoteca de São Paulo.
Serviço:
Memorial Paranista João Turin: Rua Mateus Leme, 4700 (Curitiba, Paraná).
Entrada gratuita.
Agendamento de visitas guiadas no site www.curitiba.pr.gov.br/memorialparanista
Site sobre João Turin: joaoturin.com.br
Redes sociais: @escultorjoaoturin e facebook.com/escultorjoaoturin
Vídeo sobre o Memorial Paranista João Turin:
https://youtu.be/0ZevRuwdti8
foto- Jardim de Esculturas – Daniel Castellano