Serviço Funerário Feminino – mulheres atendendo mulheres

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Mulheres atendendo mulheres, com a empatia única de quem conhece a realidade do mundo feminino. Essa prática muito comum nas áreas de estética e saúde chega agora a um novo território, ainda mais sensível e delicado: o serviço funerário. O primeiro serviço desse tipo no Brasil foi lançado pela empresária Maria de Lourdes Mildemberg, sua idealizadora e presidente do Grupo Luto Curitiba. A ideia inovadora está baseada no respeito à privacidade e à feminilidade das falecidas, com foco em cuidado personalizado, desde o primeiro atendimento da família até a preparação do corpo. 

Um grupo de mulheres, inicialmente com nove integrantes, foi contratado e treinado para todas as etapas que um funeral envolve. “Ao longo dos anos, no contato com inúmeras famílias, percebemos esse desejo. E não apenas sobre o manuseio do corpo, num momento de intimidade muito vulnerável. O embelezamento também é importante, denota respeito e traz conforto em meio à tristeza da despedida”, diz Maria de Lourdes.  

Investimentos de R$ 2,6 milhões em Fazenda Rio Grande

O Maestra recebeu R$1 milhão em investimentos do Grupo Luto Curitiba, dinheiro empregado em todas as etapas de concepção e preparação do serviço, incluindo reforma na Funerária Maestra com implantação de um laboratório completo de tanatopraxia, e capacitação das agentes funerárias. Esses recursos integram um plano de investimentos da empresa no município de Fazenda Rio Grande, que chega a R$ 2,6 milhões em três anos.

Em 2021, a empresa implantou o crematório no Metropolitano Cemitério Parque, ao custo de R$1 milhão. No ano passado, reformou as quatro capelas para velório, que agora atendem a um padrão elevado de conforto. E neste ano está construindo uma nova quadra com 1000 jazigos, a um custo estimado em R$ 600 mil. Ao todo, o Grupo Luto Curitiba gera 51 empregos na cidade.

Área exclusiva para cerimônias de despedida

A nova marca Maestra integra a Luto Curitiba, um dos grupos mais tradicionais do ramo funerário brasileiro, reunindo funerárias, cemitério, crematório e plano funeral na região metropolitana da capital paranaense. Uma particularidade envolve o lançamento: o serviço funerário feminino não poderá ser prestado em Curitiba porque o Serviço Funerário Municipal – administrado pela prefeitura – impõe um sistema de rodízio entre funerárias e um tabelamento de preços que não admite inovações.

“Nossa estrutura de atendimento está toda montada no município de Fazenda Rio Grande, que fica a apenas 30 km de Curitiba. As famílias que desejarem o serviço personalizado poderão fazer todos os procedimentos lá, desde o velório até o sepultamento ou cremação”, explica Luis Henrique Kuminek, diretor do Grupo Luto Curitiba.

Demanda por personalização

O plano de negócios da Maestra Serviço Funerário Feminino incluiu estudos de mercado e uma modelagem que permitirá sua expansão no futuro para outras regiões do país, possivelmente em formato de franquia. 

“Identificamos a crescente demanda por serviços funerários personalizados, em um setor tradicionalmente dominado por práticas padronizadas. O mercado potencial é muito interessante. Os preços vão refletir a especialização, ficando em torno de 40% a 60% acima da média do mercado. Futuramente, o serviço feminino também estará disponível como cláusula adicional nos planos da Luto Curitiba”, acrescenta Kuminek.

Pacotes de serviços

A inovação chega ao Brasil cercada de cuidados com cada detalhe. Maria de Lourdes conta que não se trata apenas de atender a uma demanda do mercado, mas também de respeitar a diversidade cultural e as necessidades individuais de cada família, estabelecendo um novo padrão de cuidado e sensibilidade no setor funerário. 

A empresária fundou a Luto Curitiba há 35 anos, destacando-se num ramo que era essencialmente masculino e pouco especializado. Pioneira nessa época, ela segue inovando, o que aparece também na formação da primeira equipe exclusivamente feminina dentro do serviço funerário brasileiro. 

Machismo x capacidade feminina

As agentes funerárias estão capacitadas para todas as atividades, incluindo as que exigem esforço físico. “Há técnica para tudo e elas estão preparadas. Também estão atentas às barreiras que vão encontrar num setor que ainda é dominado pelos homens e que está cercado de preconceito. Ao fazer o curso, as nossas agentes ouviram de seus treinadores que não encontrariam emprego. Mas essa é mais uma frente de trabalho em que as mulheres vão fazer toda a diferença”, diz Maria de Lourdes. 

Da sua experiência pessoal nasceu o projeto Maestra, nome que remete ao domínio de uma arte e da capacidade de ensinar. “Toda mulher é uma professora da vida e merece a melhor homenagem”, diz. 

Inicialmente três pacotes de serviços serão oferecidos. Conforme o pacote, podem variar a ornamentação, o tipo de caixão e a cremação ou sepultamento. Mas todos eles oferecem transporte e sala de velório, e o mais importante: a preparação do corpo por equipe feminina, o que inclui assepsia e técnicas de conservação conhecidas como tanatopraxia. 

O que é “necroembelezamento”

Kerolyn Milani: aos 21 anos, formada em necroembelezamento e tanatopraxia, a agente funerária integra a equipe da Maestro Serviço Funerário Feminino. 

Os serviços também contemplam penteado, maquiagem e manicure, que são feitas conforme orientação deixada pela falecida ou com informações da família. Kerolyn Milani é uma das profissionais da equipe da Maestra e explica que seu trabalho é dedicado a dar uma aparência natural e saudável para a falecida.

“Todos querem ver seu ente querido com a aparência serena, como se estivesse dormindo. Isso acalma e conforta a família. O velório é um momento de muita emoção, em que qualquer falta de cuidado choca os familiares e amigos”, diz ela, que já ao terminar o Ensino Médio começou a se interessar por técnicas funerárias e abraçou a profissão com orgulho.

Assim como toda a equipe, ela foi treinada inicialmente em necromaquiagem pelo Instituto Eleven, que a pedido da Maestra criou um curso ainda mais especializado: o de “necroembelezamento”, um termo novo nesse universo, nascido durante o processo de criação da marca e de seus diferenciais, que inclui múltiplas técnicas de cuidados, como penteados, maquiagem social e tratamento das mãos. “A pessoa falecida tem a pele fria, que não absorve a maquiagem. Por isso, ela exige muito cuidado para não ficar exagerada nem mudar a aparência”, explica Kerolyn. 

A equipe feminina de agentes funerárias – que vai usar uniforme com luvas brancas, especialmente desenhado para a função, e carro funerário próprio da marca – também recebeu treinamento para atender as famílias de forma sensível e acolhedora, desde o primeiro contato. 

“Queremos entender os anseios da família enlutada e montar um roteiro personalizado com atenção a cada momento. A experiência mostra que logo após um óbito as pessoas têm que tomar cerca de 90 decisões de forma rápida. Nós existimos para aliviar essa pressão e garantir que tudo ocorra da forma mais leve possível”, diz Maria de Lourdes.

Sobre o Grupo Luto Curitiba

O Grupo Luto Curitiba foi fundado em 1991 e é referência no mercado de auxílio funeral. A empresa atende mais de 20 mil clientes e é líder no segmento pela excelência no atendimento e serviços prestados. Oferece planos de assistência funeral e orientação aos associados sobre os trâmites necessários para dar andamento ao funeral. Possui funerária em Curitiba e fundou o Memorial Luto Curitiba. Administra ainda o Metropolitano Cemitério Parque em Fazenda Rio Grande, onde também opera um crematório próprio. Mais informações no site https://lutocuritiba.com.br/

 

foto- A primeira equipe feminina brasileira de agentes funerárias, capacitadas para todas as etapas de um funeral, inclusive a tanatopraxia, uma atividade ainda hoje essencialmente masculina. Ao centro, a criadora do serviço, Maria de Lourdes Mildemberg. (créd. de Marcelo Andrade)

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